terça-feira, 21 de outubro de 2008

Vicent Van Gogh


Quarto em Arles é um quadro do impressionista holandês Vincent van Gogh, pintado em outubro de 1888. A obra é, sem dúvida, uma das mais conhecidas obras do artista e até mesmo do mundo.

AMOR TRANSFERENCIAL


O analista não se autoriza por si, ele se autoriza por representações. A transferência não remonta nada, ela é de fato algo que nunca foi que continua sendo. A psicanálise não trabalha com o passado, não trabalhamos com os fatos, mas sim com o que o sujeito criou. O analista trabalha com a possibilidade, não com o que já aconteceu. O analista é uma criação do sujeito na transferência. A psicanálise trabalha com o corpo, para entrar em analise o sujeito indica um problema no corpo.Existir em psicanálise é resistir. A pulsão só aparece em atos, à pulsão é o que não fala, mas corroe . Quem resiste? É o amorO que é o amor? É a pulsãoA psicanálise é a clínica da pulsão. (o que coloca o sujeito no mal estar)A transferência amorosa é a expressão da resistência (aquilo que não desiste de ser) A resistência é o amor A única coisa que consiste é a resistência, logo a única coisa que consiste é o amor.A relação amorosa é uma relação onde o sujeito depara com o objeto.O amor não suporta a falta do outro, já o desejo suporta a falta do outro, ele não quer fazer o outro ser objeto. O declínio do desejo faz surgir o amorA tendência do sujeito com o objeto amoroso é tamponar o buraco, o objeto amoroso tira o sujeito da procura do objeto de desejo.O amor faz com que a pessoa seja obcecada, radical, ela não vê mais nada.O desejo tolera, o amor é intolerante.A função da psicanálise é fazer o sujeito tocar em seu desejo.

Humanismo x Existencialismo


No Humanismo se fala de potencialidades, da natureza humana, ou seja, já existe. No Existêncialismo não existe potencialidade de natureza humana, existe uma possibilidade. Possibilidade de vir a ser... O ser humano é aquilo que ainda não é, aquilo que eu poderei vir a ser.
EU NÃO SOU
EU ESTOU
Uma pessoa NÃO É deprimida, ela ESTÁ deprimida.Tudo é possível dentro do limite do possível.A existência é que deve ser analisada. Somos do limite e do possível. A existência se constroi, somos da construção à morte. É na tensão que nos construimos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sonho


De acordo com Martins (1999), Freud indica o sonho a ser lido como enigma, as imagens não estão la, nos sonhos para ser vistas, mas para ser lidas". Somos capazes de decifrar nossos sonhos, é difícil mas possível.O desejo esta presente no sonho, o sonho é a saida para o inconsciente. O sonho é o lugar onde o desejo aparece para nós. Se um sonho fosse o desejo, seria o fim do desejo.O sonho é só LINGUAGEM do desejo. O sonho é a escrtita do desejo, que requer palavras e leituras. O desejo não se aprisiona no significante, ele se identifica com o significante".(MARTINS, 1999, P.30)

Psicanálise


A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. Conversando com os pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da inaceitação cultural, sendo assim reprimidos seus desejos inconscientes e suas fantasias de natureza sexual. Desde Freud, a psicanálise se desenvolveu de muitas maneiras e, atualmente, há diversas escolas.O método básico da Psicanálise é a interpretação da transferência e da resistência com a análise da livre associação. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente. Sonhos, esperanças, desejos e fantasias são de interesse, como também as experiências vividas nos primeiros anos de vida em família. Geralmente, o analista simplesmente escuta, fazendo comentários somente quando no seu julgamento profissional visualiza uma crescente oportunidade para que o analisante torne consciente os conteúdos reprimidos que são supostos, a partir de suas associações. Escutando o analisando, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não-julgamento, visando a criar um ambiente seguro.O conceito de inconsciente fora usado por Leibniz 200 anos antes de Freud, também sendo usado por Hegel para construir sua dialética hegeliana.A originalidade do conceito de Inconsciente introduzido por Freud deve-se à proposição de uma realidade psíquica, característica dos processos inconscientes. É preciso diferenciar inconsciente, sem consciência, de Inconsciente, conforme elaborado por Freud, que diz respeito a uma instância psíquica basilar na constituição da personalidade.Muitos colocam a questão de como observar o Inconsciente. Se a Freud se deve o mérito do termo "inconsciente", pode-se perguntar como foi possível a ele, Freud, ter tido acesso a seu inconsciente para poder ter tido a oportunidade de verificar seu mecanismo, já que não é justamente o inconsciente que dá as coordenadas da ação do homem na sua vida diária. É nesse sentido que Freud formulou a expressão Psicopatologia da vida cotidiana. Como observá-la senão pelos efeitos inconscientes?A pergunta por uma causa ou origem pode ser respondida com uma reflexão sobre a eficácia do inconsciente, eficácia que se dá em um processo temporal que não é cronológico, mas lógico. Não é possível abordar diretamente o Inconsciente, o conhecemos somente por suas formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas.Outro ponto a ser levado em conta sobre o inconsciente é que ele introduz na dimensão da consciência uma opacidade. Isto indica um modelo no qual a consciência aparece, não como instituidora de significatividade, mas sim como receptora de toda significação desde o inconsciente. Pode-se perguntar: de que modo o inconsciente poderia estar informado sobre os progressos da investigação psicanalítica a menos que fosse, precisamente, uma consciência?Em 1995 a Psicanálise completou um século como a ciência do Inconsciente. A Psicanálise, além de ciência, é também um método de tratamento de doenças psíquicas e, inclusive, um método de pesquisa. A fonte teórica inicial da Psicanálise é a Neuropatologia. Após Freud, muitos outros psicanalistas contribuiram para o crescimento do corpo teórico da Psicanálise, pois todo o conhecimento científico é acumulativo e progressivo.A formação de um psicanalista é um processo lento, longo e difícil. É feita em Institutos de Psicanálise de Instituições Psicanalíticas. Entretanto é comum confundirem psicólogos com psicanalistas.A sexualidade humana, berço da vida e do amor, pode ser ao mesmo tempo o berço de neuroses, psicoses, desvios narcísicos de personalidade e é também a nascente inicial da Psicanálise. A sexualidade em Freud deve ser entendida em seu sentido amplo e não restrito, ou seja, a sexualidade como manifestação do prazer no organismo.A cura psicanalítica (segundo os psicanalistas) é um processo lento e gradativo. Quando uma pessoa precisar de um psicanalista, deve recorrer a uma Instituição Psicanalítica que lhe indicará alguns nomes para a sua escolha.Um dos grandes empecilhos para o tratamento psicanalítico é o alto custo das consultas e do tratamento por consequência, o que faz da psicanálise algo restrito às classes mais abastadas. Essa situação ocorre mesmo em países de alto padrão de vida.

Ainda sobre criança.....

"As respostas agressivas da criança não devem ser interpretadas com a expressão de maldade, e sim como uma consequencia da herança instintiva que recebeu de sua familia e dos adultos com quem convive. somado as influencias sociais".(MACHADO,2003)

Construção da Identidade


Jung dizia que "a principal importância da familia reside no fato de o lar e a vida familiar proporcionarem, através de seu ambiente físico e social, as condições necessárias ao desenvolvimento da personalidade da criança".Hoje em dia se vê que as familias tem grande influência na formação psiquica das crianças. Através de algumas entrevistas com crianças e adolescentes, durante alguns estagios que fiz, pude observar queas crianças que não tem um estrutura familiar adequada estão totalmente perdidas no mundo. Algumas demosntram isso com tristeza, isolamento, outras vão demonstrar isso na agressividade. O menor infrator é um exemplo claro. Estas crianças buscam eliminar algo ou alguém que a pertuba e a faz sentir insegura, revoltada e carente. O que eles precisam é de orientação firme , afeto aceitação e paciência da família, mas como conseguir isso com pais que não tiveram também esta estrutura familiar?A família é de fundamental importância para o desenvolvimento de uma criança, é a partir dai que esta criança contruirá sua identidade.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Os Desafios da Terapia


"Todo mundo - e isso inclui tanto os terapeutas quanto os pacientes - está destinado a experimentar não apenas a alegria da vida, mas também sua inevitável escuridão: desilusão, envelhecimento, doença, isolamento, perda, sensação de falta de sentido, escolhas dolorosas e morte".


"...é difícil negar o desespero inerente à vida de todo indivíduo consciente de si próprio".

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Psicanálise Lacaniana


Sigmund Freud foi o criador da psicanálise. Jacques Lacan foi o seguidor que mais contribuiu e deu continuidade à sua obra. Lacan (1901-1980) nasceu na França em Orleans. Formou-se em medicina, atuando como neurologista e psiquiatra e se considerava um Psicanalista Freudiano. Lacan nasceu numa família na qual a religião católica não era apenas uma conveniência social, mas tinha um grande valor íntimo. Lacan perdeu a fé no final dos anos 20, esse foi o clímax de uma verdadeira interrogação.

Para Lacan a psicanálise não é uma ciência, uma visão de mundo ou uma filosofia que pretende dar a chave do universo. A psicanálise é uma prática, onde através do método da livre associação chegaremos ao núcleo do seu ser. Ela é comandada por uma visada particular que é historicamente definida pela elaboração da noção do sujeito. Ela coloca esta noção de maneira nova, reconduzindo o sujeito à sua dependência significante.

A Psicanálise Lacaniana, não é uma simples corrente, mas uma verdadeira escola. Com efeito, constitui-se como um sistema de pensamento, a partir de um mestre que modificou inteiramente a doutrina e a clínica freudianas, não só forjando novos conceitos, mas também inventando uma técnica original de análise da qual decorreu um tipo de formação didática diferente da do freudismo clássico. Nesse sentido, é comparável ao kleinismo, nascido dez anos antes; na verdade, aparenta-se, sobretudo com o próprio freudismo, o qual reivindica em linha direta, à parte os outros comentários, leituras ou interpretações da doutrina vienense. O lacanismo acha-se, portanto, numa situação excepcional.

Lacan foi, com efeito, o único dos grandes intérpretes da doutrina freudiana a efetuar sua leitura não para “ultrapassa-la” ou conserva-la, mas com o objetivo confesso de “retornar literalmente aos textos de Freud”. Por ter surgido desse retorno, o lacanismo é uma espécie de revolução às avessas, não um progresso em relação a um texto original, mas uma “substituição ortodoxa” deste texto.

Se para Freud utilizou conhecimentos da física e a biologia nos seus trabalhos e Lacan utilizou a lingüística, a lógica matemática e a topologia. Lacan mostrou que o inconsciente se estrutura como a linguagem. A verdade sempre teve a mesma estrutura de uma ficção, em que aquilo que aparece sob a forma de sonho ou devaneio é, por vezes, a verdade oculta sobre cuja repressão está a realidade social. Considerava que o desejo de um sonho, não é desculpar o sonhador, mas o grande “Outro” do sonhador. O desejo é o desejo do “Outro”, e a realidade é apenas para aqueles que não podem suportar o sonho.

Lacan conduziu avidamente seus estudos de lógica e de topologia matemática que o levaram à formulação dos “matemas e nós barromeanos” e à doutrina do real, simbólico e imaginário. Lacan preferia a não interferência no discurso do paciente, ou seja, deixava fluir a conversa para que o próprio analisando descobrisse as suas questões, pois o risco da interpretação, é o analista passar os seus significantes para o paciente.

O Lugar da Escuta Psicanalítica no Hospital Psiquiátrico.


O presente projeto justifica-se pela importância de possibilitar um ambiente de escuta ao paciente internado em um hospital psiquiátrico, que não mais pretende ocultar o discurso do sujeito internado nestas instituições. Essa escuta contribui com a instituição frente às novas propostas de atuação nos hospitais psiquiátricos, consolidando assim um auxilio para o tratamento da doença mental.

Na sua historicidade o Hospital Psiquiátrico era o local de recolhimento de certas pessoas. Prostitutas, deficientes, moradores de rua, loucos, adolescentes “desajustados”, eram recolhidos como se fossem animais, seguindo uma lógica social que recomendava segregação de todos que perturbassem a ordem pública.

Segundo Foucault (1978), referente à História da Loucura, ele coloca que durante a segunda metade do século XVIII, a desrazão, gradativamente vai perdendo espaço e a alienação ocupa, agora, o lugar como critério de distinção do louco ante a ordem social. Este percurso prático/discursivo tem na instituição da doença mental o objeto fundante do saber e prática psiquiátrica.

No mesmo livro, Foucault (1978) apresenta uma análise da loucura da Idade clássica até a segunda metade do séc. XIX, século que coincide com o início do Manicômio. Com o autor, podemos perceber que no princípio o louco participava de um grande grupo: Bêbados, idiotas, devassos, vagabundos, etc. A partir do séc. XVIII, principalmente devido aos aspectos econômicos, o louco passou a se distinguir em relação aos desse grupo. Era necessária mais mão-de-obra e, com isso, a pobreza devia não mais estar associada à loucura. Passou-se à substituição do internamento geral pelo específico. De acordo com Foucault, agora sim, fazia sentido o confinamento do louco, pois eles eram incapazes para o trabalho e perigosos para o restante da população.

O confinamento do louco não foi uma “idéia” médica, mas um processo gradativo que refletia uma nova percepção do indivíduo como ser social.

De acordo com Foucault (1978), foi com a entrada de Pinel no asilo que a ordem médica se apoderou de um saber sobre a loucura. Daí a famosa frase “se Pinel libertou o louco da desumanidade de suas correntes, acorrentou ao louco o homem e sua verdade” (FOUCAULT, 1999, P.466).

A psiquiatria nasceu, portanto, depois do asilo e veio com a missão de disciplinar, classificar, humanizar e curar o louco. O médico passou a ser responsável pela internação e a encarnar a autoridade mais importante no interior do asilo.
A presença da escuta psicanalítica no hospital psiquiátrico torna-se necessária na medida em que o discurso médico não pode sustentar a escuta na dimensão emocional que habita o sujeito.